A transformação da Família Tradicional
Nossa civilização moderna tem uma forma muito específica, ela é como um grande organismo vivo, composto por células menores, e cada célula dessa é uma família. O Formato de uma família é também muito específico, mesmo em países que não tem origem ou influência da religião judaico-cristã que impulsiona e fundamenta essa lógica.
Então nós defendemos o formato da família com unhas e dentes, por que se as células de um determinado ser vivo se transformarem, todo o organismo se transforma numa coisa diferente, e nem toda as células são favoráveis para essa mudança, principalmente aquelas que se orgulham do seu papel naquele organismo.
O problema é que isso gera um reflexo na nossa cabeça, que é o impacto da relação de possessão que temos com o amor, hoje em dia. E nesse caso, eu me refiro ao amor conjugal.
E isso pode ser respondido com facilidade, se pensarmos na história teórica dos nossos instintos. Muito do que fazemos é reflexo de atitudes mais velhas do que a nossa memória. Por exemplo, pense nos homens das cavernas na visão mais aceita por alguns dos historiadores mais conservadores.
O homem das cavernas saia para caçar em bando, como lobos, e traziam o resultado da caça para casa no final do dia, para alimentar os filhotes e a fêmea, que por sua vez, cuidava dos filhotes, e por mais que colhesse frutinhas, não podia alimentar os filhotes sozinha. Evitar que o seu marido ou esposa se relacionem com outras pessoas é uma questão de sobrevivência da espécie, aqui, e não mero capricho. Se o macho escolhe outra fêmea, ele pode abandonar a fêmea atual, e as crias morrem de fome, e se outro macho passa a acasalar com a fêmea desse macho, a cria que está passando a diante pode não ser a descendência dele. E eu quero lembrar que o instinto que prevalece é o instinto que sobrevive, e o instinto que sobrevive é o instinto que é passado com sucesso para gerações futuras, ou seja, todos os animais que sobreviveram até hoje são os animais que priorizam a passagem do seu DNA a diante.
Mas existe um problema com essa teoria. Esses exemplos do que acontece em casos de adultério nos homens das cavernas que foi apresentado logo acima, são exemplos que acontecem até hoje na nossa sociedade moderna. Então é difícil para nós saber se nós somos o que somos hoje por reflexo do que sempre fomos naquela época, ou se é a nossa ciência atual que olha para o passado sob influência do que é hoje, procurando por uma teoria que não só explique o que somos hoje, mas que também fundamente e justifique. Isso acontece algumas vezes na história, felizmente muito menos do que aconteceu no passado.
Mas o que importa é que hoje, essa lógica não é necessariamente predominante. Hoje se considerarmos questões de números, por exemplo, é fácil concluirmos que a família tradicional brasileira é uma mãe solteira cuidando sozinha dos filhos, ou frequentemente uma avó que vive aposentada cuidando dos netos, enquanto os pais trabalham. Como reflexo disso, as famílias estão deixando de existir no formato antigo, e é possível que no futuro, elas deixem de se casar. Passem a viver sempre solteiras, em relacionamentos rápidos e sem compromissos, já que hoje o sexo não é significado 100% direto de filhos.
E você deve estar agora julgando essa possibilidade na sua cabeça, decidindo se gosta dessa previsão ou não. Mas eu quero que nessa análise, reflita sobre uma coisa:
Essa mudança pode ser ruim, se ela deixar de lado, abandonar crianças, ou deixar elas sob o cuidado de pessoas que já passaram a própria vida inteira cuidando dos próprios filhos, como no caso dos avós, mas você precisa se perguntar se o real motivo pelo qual não gosta dessa ideia é por que você é uma célula orgulhosa de si mesma, e não quer ver a sua importância desaparecer. Lembre o que conversamos anteriormente sobre amar os outros ou amar a nós mesmos representados nos outros, por que atualmente, a família tradicional monogâmica também está causando alguns abandonos, ou delegação da responsabilidade sobre os filhos. Uma mudança nesse formato poderia resultar também numa melhora dessas condições.
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