Antropologia: O que siginifica Caboclo
Além de ser uma designação utilizada antigamente para se referir aos indígenas do Brasil, a palavra caboclo identifica os mestiços da união entre índias e brancos. Outras definições conhecidas são curiboca, cariboca, caiçara, mameluco e caboco. Câmara Cascudo, historiador e antropólogo brasileiro, defende a utilização do termo caboco, encontrado em seu Dicionário do Folclore Brasileiro. Segundo ele, a utilização da expressão sem o “L” é a mais correta, pois a consoante foi introduzida sem base em hipóteses de etimologia. Cascudo também refuta a afirmação de que o vocábulo deriva de kari’boca (filho de branco, no tupi) ou caa-boc, aquele que tem origem na floresta (tupi).
No Brasil, a região Norte apresenta o maior número de caboclos, principalmente na Amazônia. Outras áreas onde há grande densidade populacional de caribocas são: Paraíba, Ceará, Alagoas, Piauí e Rio Grande do Norte (região Nordeste). Embora numerosos no país, quantificar os caboclos é um tarefa complicada para o IBGE, pois, dentro do mesmo grupo estão os cafuzos, mulatos e outras combinações entre índias e brancos como índio e oriental, negro e oriental, negro índio e oriental, entre outras.
Além das características étnicas, o termo caboclo é utilizado na religião. De acordo com a definição do Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, caboclo é, “nas religiões ou seitas afro-brasileiras, designação genérica dos espíritos de ancestrais indígenas brasileiros que supostamente surgem nas cerimônias rituais e que foram idealizados, já no século XX, segundo os modelos de orixás da teogonia jeje-nagô e do Indianismo literário da fase romântica”.
Além de sua utilização no campo religioso, o vocábulo caboclo também é utilizado como sinônimo para tapuio, uma expressão utilizada por alguns povoados de índios para se referir com desprezo a indivíduos que não fossem de seu grupo. Outra palavra utilizada com este mesmo intuito é caburé, caboclo de cabelos lisos e cor de cobre.
Outra forma em que a palavra caboclo pode ser utilizada é para se referir ao sertanejo, ao caipira e ao roceiro, tipos imortalizados por uma das mais famosas criações de Monteiro Lobato, o personagem Jeca Tatu, interpretado pelo ator Amácio Mazzaropi no cinema.
O político Athie Coury propôs, em 1967, a criação do Dia do Caboclo. Porém, a data passou a ser oficializada como parte do calendário do Estado do Amazonas somente em 2007, quando foi aprovado e sancionado um projeto de lei de Luiz Castro, então deputado.
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