História: Como os impérios desaparecem
Os impérios são muito parecidos com multinacionais modernas. Eles tem uma sede, onde o império nasceu, geralmente, e a partir de onde se desenvolveu e se expandiu. Com o desenvolvimento, seu imperador decide por investir o dinheiro em colonização de novos territórios, estejam eles livres ou ocupados.
Então o imperador recruta um exército, e manda esse exército marchar em uma região. Nessa região ele encontra uma cidade, ele a domina e manda para a capital todo o tesouro que conquistou da cidade. Agora tem mais terras para o plantio, e a alimentação na capital, e nas cidades próximas se torna mais abundante, assim como todo o tipo de necessidade, seja cultural, religiosa ou meramente de luxo. Onde quer que os recursos aumentem em uma cidade ou civilização, a população cresce, onde a população cresce, a demanda aumenta, e onde a demanda aumenta, o imperadora a supre com mais terras, mais conquistas.
É nesse ponto que uma companhia multinacional é parecida com um império. Ambos precisam continuar sempre crescendo, sempre adquirindo mais influência, conquistando mercados que antes eram de rivais. No momento em que começarem a não crescer mais, é quando se tornam instáveis, já não podem mais se sustentar.
Vale mencionar também, que nem todos os impérios são governados por imperadores. Quando um país é composto por várias cidades, o governo tende a se descentralizar. É muito mais difícil ser um Deus-rei, quando se depende de administração de outras províncias para governar como um Deus. O poder desse governante diminui, e ele vai se tornando em um rei apenas, cuja influencia precisa ser sustentada por seus nobres e senhores subalternos, que podem mudar seu apoio para outro príncipe que melhor o atendam. E esse efeito pode ser ainda mais descentralizador quando num império, muitos dos impérios desses novos milênios tinham governos no formato de república, como a Grécia, Roma e Cartago. É claro que que entre Césares, Alexandres e Hanibals, vão se alternando e se adaptando o formato do poder, mas é importante que compreenda como um deus se torna um rei, e como um rei se torna um senador.
Bom, mas falávamos de impérios que desaparecem, vamos tomar aqui o exemplo de Roma, que teve seu período republicano do império também.
A maior força do Império Romano era a habilidade de recrutamento rápido e a disciplina dos soldados. Eram assustadores em formações de batalha em campo aberto, nada que qualquer vilarejo celta ou reino gaulês pudesse enfrentar com facilidade, salva-se uns ou outros “Viriatos” da vida.
As legiões crescem de forma assustadora, e se espalham para todo o território, a defender fronteiras e a dominar novas províncias, como por exemplo Jerusalém, ou Egito. Mas como eu mencionei, campanhas militares são caras.
Aí temos um outro problema, por que quando se domina uma cidade, ela fica destruída, e mesmo que o dinheiro obtido no saque não fosse mandado para a capital, não seria suficiente para reconstruir aquela cidade, então não há tempo de esperar que aquela cidade se recupere para poder produzir novamente e suprir as necessidades de Roma. É necessário tomar a próxima cidade, mais rica e poderosa possível, para assim ter mais ouro para enviar à Roma.
Só que o mundo não é infinito, e o Império não pode expandir para sempre. Chegou um determinado momento em que outros reinos não podiam suprir as riquezas que Roma precisava, que as tropas já não eram mais capazes de patrulhar e tornar seguras todas as fronteiras, e que as dificuldades administrativas são tantas que, que o Império é obrigado a parar de expandir territórios, e se concentrar em controlar os territórios que já possuíam.
Sem crescimento, o imperador era obrigado a cortar custos, o que significa menos funcionários, menos soldados, menos controle, mais problemas nas províncias, mais dificuldades em controlar, que geravam mais problemas, algumas vezes revoltas, que precisariam de mais tropas e mais administração para serem resolvidas, mas que não há dinheiro para pagar.
Esse é o fim da maioria dos impérios, mas no caso de Roma foi especial. A religião sofreu mudanças violentas, o Império passou por séculos dos piores governantes, que eram assassinados ainda muito cedo, o que causava instabilidades governamentais terríveis. Junte a isso invasões bárbaras de mais de 10 povos diferentes, desde germânicos até árabes, em fim. Para você ter uma ideia, chegou um ponto em que o império se partiu no meio.
Para você ver, os impérios caem, mas não com a mesma facilidade que os imperadores.
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