Quem foi Fiodór Dostoievski

Quem foi Fiodór Dostoievski

Conheça um pouco sobre o escritor Fiodór Dostoievski.

Fiódor Dostoiévski (1821-1881) foi um escritor russo. Autor de "Os Irmãos Karamázov" e "Crime e Castigo", obras-primas da literatura universal. Seus romances abordam questões existenciais e temas ligados à humilhação, culpa, suicídio, loucura e estados patológicos humanos.
Infância e Juventude

Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski nasceu em Moscou, Rússia, no dia 11 de novembro de 1821. Filho de Mikhail Dostoiévski e Maria Fiodorovna Netchaiev ficou órfão de mãe, no dia 27 de fevereiro de 1837. Nesse mesmo ano, foi enviado para São Petersburgo, para a Escola de Engenharia Militar. Em 1839, seu pai, que era médico, foi assassinado pelos colonos da fazenda onde vivia. O fato provocou grandes transtornos na vida de Dostoiévski, que teve os primeiro ataques de epilepsia quando soube da morte do pai.

Primeiras obras


Em 1841, dedicou-se à composição de dois dramas históricos, "Boris Godunov" e "Maria Stuart", mas não os concluiu. Em 1843 terminou seus estudos e começou a trabalhar na seção de engenharia de Petersburgo. Traduziu duas obras românticas, "Eugênia Grandet" de Balzac e "Dom Carlos" de Schiller. Em 1944, demitiu-se do cargo público e começou a escrever seu primeiro romance, "Pobre Gente", novela que descreve o ambiente medíocre onde vivia. A obra foi publicada em 1846.

Em 1847 publicou a segunda edição de "Pobre Gente" e em 1948 publicou "O Duplo", romance que não obteve sucesso. Sua obra antes elogiada, estranhamente começa a declinar. A mudança tão inesperada isola Dostoiévski do convívio geral. Surgem-lhe dúvidas a respeito de sua própria capacidade de escritor.

Em 1847, Fiodor Dostoievski envolve-se na conspiração do revolucionário Mikhael Petrachevski no combate ao regime de Nicolau I. É preso e condenado à morte, mas só no último momento, teve sua pena comutada em deportação. Passou cinco anos na Sibéria, sujeito ao regime de trabalhos forçados na companhia de criminosos comuns. Passou mais cinco anos como soldado raso em um batalhão siberiano, para cumprir o restante da pena. Nessa época, casa-se com Maria Issáievna.

Anistiado em novembro de 1859, Dostoievski volta para São Petersburgo, totalmente transformado pela dura experiência. As recordações da vida no cárcere são descritas nos livros "Memórias da Casa dos Mortos" (1861) e "Memórias do Subsolo" (1864).

Em 1866, publica o romance "Crime e Castigo", seu primeiro grande romance, que narra a história do estudante Raskólnikov, paupérrimo, que resolve matar uma miserável para salvar a si e sua família, mas logo se vê obrigado a matar outra pessoa, inocente, e sai sem ter roubado nada.

O jovem passa a viver da culpa pelo ato cometido. Suas conversas com o comissário de polícia destroem seus nervos. Por fim confessa o crime a uma prostituta que lhe mostra o caminho do arrependimento e do Evangelho. A obra é uma grande reflexão existencial sobre como o ser humano se relaciona com as questões divinas.

Os Demônios, publicado, em 1871, é um grande romance político, uma caricatura dos círculos de conspiradores, revolucionários, anarquistas, niilistas e ateus, que ele conhecia tão bem de experiência própria, e que ele denuncia por quererem destruir a Rússia e a Igreja Ortodoxa. A obra foi alvo de ataques da imprensa, chegando-se a por em dúvida o equilíbrio mental do autor.

Os Irmãos Karamazov (1880) foi a última obra de Dostoiévski, considerada sua obra-prima. O romance é uma verdadeira teia de personagens e a obra é permeada do discurso indireto, com livres reflexões do próprio autor sobre os personagens. Mais uma vez o crime é o tema central. Uma tragédia se abate sobre a família quando o velho Fiodor Karamazov é assassinado por um de seus filhos.

Houve que visse na trama uma alegoria da vida intelectual russa, que se revelaria através de seus personagens, como no romantismo de Dmitri, nas tentações niilistas de Ivan e no eslavismo cristão de Aliocha. O velho Karamazov é a personificação de todos os pecados exuberantes e brutais da Rússia.

Fiódor Dostoiévski era um escritor profundamente religioso, seus romances não só abordavam questões existenciais, culpas, suicídio e estados patológicos, como tinha predileção pelo fantástico, pela sátira e pela comédia. Também não hesitava em lidar com as grandes questões políticas e religiosas.


Fiodor Dostoiévski faleceu em São Petersburgo, Rússia, no dia 28 de janeiro de 1881.

Obras:



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