Fuxico (artesanato)
O fuxico, técnica ancestral que remonta há pelo menos 150 anos, vem conquistando cada vez mais espaço no universo da moda. Estilistas como Carlos Miele, Jean Paul Gaultier e o mineiro Renato Loureiro, utilizaram amplamente esta modalidade artesanal em suas coleções.
O artesanato é a esfera da cultura popular mais preservada e desenvolvida no Brasil, pois seus produtos causam verdadeiro furor entre brasileiros e turistas. O mais incrível é que os artesãos mantêm intactos os parâmetros e a natureza desta arte, princípios que sobrevivem desde as suas origens.
O que distingue uma forma de artesanato da outra são as poucas diversificações que contribuem para a criação de novos padrões e conferem a cada uma destas modalidades virtudes específicas. O fuxico é uma das ramificações artesanais mais bem sucedidas no Brasil, e começa a transpor as fronteiras com a ajuda dos estilistas brasileiros.
Ele é composto especialmente com a união de várias pequenas trouxas de tecido, as quais, entretecidas, constituem flores coloridas. Estas, ao se conectarem, dão um novo visual a confecções, bolsas, tapetes, colares, broches, colchas, entre outros itens. Na elaboração desta técnica são normalmente utilizados: tesoura, retalhos de tecidos, agulhas, linhas, um molde de formato redondo.
A expressão que dá nome a este artesanato provém do interior da própria cultura popular. Na região nordeste do Brasil as mulheres se uniam para confeccionar e, enquanto isso, não perdiam tempo, colocavam fofocas e mexericos em dia, ou seja, realizavam seus famosos fuxicos. Assim nasceu o termo que batizaria esta modalidade artesanal.
Hoje é ‘fashion’ trajar um modelo composto por meio desta técnica. Adotado pelos criadores de moda, o fuxico aparece nas passarelas, com status garantido nas coleções de estilistas famosos. Um vestido, confeccionado pelas integrantes de uma cooperativa de costureiras residentes na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro – a Coopa Roca -, foi elaborado com fuxicos, e recentemente elas criaram modelos com esta mesma técnica, especialmente destinados a ser expostos em Londres.
Renato Loureiro encantou o público, em 2005, na São Paulo Fashion Week, com sua coleção outono-inverno toda inspirada nesta técnica, revelada em seus produtos sob todos os formatos, tamanhos e matérias-primas. Ele foi muito feliz na forma como apresentou o fuxico, destacando seu potencial requinte.
Em suas criações os fuxicos cintilam em bordados, por baixo de variadas aplicações, confeccionados em retalhos de crochê e enlaçados, desta forma, em saias, blusas e vestidos. Uma blusa no tom preto é configurada por imensos fuxicos. Eles também estão presentes em cintos e colares, com ares de sofisticação.
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