Autotrofismo
De acordo com a ciência, autotrofismo (ou nutrição autotrófica) é definido como a capacidade do ser vivo de sintetizar seu próprio alimento a partir de material inorgânico, praticada por um de dois mecanismos fundamentais: a fotossíntese ou a quimiossíntese.
No caso da fotossíntese, o organismo é capaz de realizar a síntese de material orgânico a partir de substâncias inorgânicas graças à energia obtida da luz. Para alcançar esse objetivo, a célula é provida de estruturas contendo clorofila, substâncias que tem a propriedade de reter um pequeno percentual da energia contida na descarga de fótons das radiações luminosas que incidem sobre sua molécula. Acredita-se que aproximadamente 3% da energia da luz que incide sobre uma planta é retida pela clorofila dos seus cloroplastos e aproveitada para ativar as reações químicas que resultarão na produção de glicose.
Na ausência da clorofila, não haveria a retenção de um quantum de energia da luz. Sem esse quantum de energia, não haveria reações de combinação do CO2 com a água. Conseqüentemente, não haveria a síntese de matéria orgânica.
As parcas bactérias que realizam a fotossíntese não possuem clorofila. Estas são dotadas de pigmentos denominados bacterioclorofilas, de composição distinta, mas que procedem também retendo uma determinada quantidade de energia da radiação luminosa. Contudo, nas bactérias, a reação não ocorre entre o CO2 e o H2O, mas sim entre o CO2e o hidrogênio livre (gasoso) ou entre compostos inorgânicos, como o H2S (sulfeto de hidrogênio), nunca, entretanto, com a água. Por esse motivo, a fotossíntese, nas bactérias, não termina com o desprendimento de oxigênio livre para a atmosfera, como acontece com a fotossíntese realizada pelas plantas em geral.
A outra forma opcional de realizar o autotrofismo é por meio da quimiossíntese. O autotrofismo quimiossintético é observado, na natureza, com alguns grupos especiais de bactérias, como as sulfobactérias, as nitrobactérias e as ferrobactérias. Esses microrganismos promovem reações oxidativas que liberam energia e, a partir dessa energia, eles conseguem desencadear a combinação do CO2 com a água, formando a glicose.
As sulfobactérias, por exemplo, oxidam o sulfeto de hidrogênio (H2S ou gás sulfídrico) obtendo a energia que necessitam para a segunda reação, que é realmente a reação de síntese de compostos orgânicos.
Portanto, a quimiossíntese diferencia-se da fotossíntese somente por um detalhe: a síntese de glicose é feita a partir da combinação de CO2 e água com a utilização da energia de reações de oxidação e não da energia da luz.
Fontes:
Biologia – José Luís Soares, vol. único.
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