História: Os Analectos de Confúcio ou Diálogos de Confúcio
Conhecidos também pelo nome de Diálogos de Confúcio, os Analectos de Confúcio formam o livro de doutrinas de maior importância para o confucionismo, sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu (Confúcio). A obra é um dos poucos registros confiáveis sobre os ensinamentos de Confúcio e é composta por diversos aforismos que o pensador chinês deixou como legado aos seus discípulos e seguidores. Pode-se dizer que os Analectos de Confúcio foram lidos no Oriente na mesma intensidade que Bíblia foi lida do Ocidente.
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Para entender a importância dos Analectos de Confúcio é necessário saber sobre a vida e a obra de seu autor, que passou sua vida na China entre os anos de 551 a 479 a.C. e influenciou de forma marcante a cultura chinesa, enfatizando os aspectos educacionais e morais relacionados à vida do homem. Apesar de ter sido um pensador influente, Confúcio nada deixou escrito ou registrado. Os Analectos são uma forma de recuperar alguns de seus aforismos, todos com difícil interpretação. Isso se deve à linguagem chinesa simbólica em que foram escritos e que com o passar dos anos acabaram tendo seus significados alterados devido à grande quantidade de traduções.
De acordo com algumas fontes históricas, existe uma menção aos Analectos de Confúcio no Fang chi, um capítulo do Li chi. Desta forma, é comprovada a existência dos aforismos mesmo antes da dinastia Han. Outra menção à obra é encontrada no Han shu (História da dinastia Han), onde há um relato sobre a compilação da obra e a apresentação dos Analectos em três versões: Lu lun, em 20 livros; Ch'i lun, em 22 livros e Ku lun, em 21 livros.
No período inicial da dinastia Han, diversos estudiosos escolhiam uma das três versões para aprofundamento. Contrariando esta maneira de entender os Analectos, Chang Yü optou por uma versão eclética, que ficou conhecida pelo nome de Chang hou lun - o Lun yü do marquês Chang. Por ter seu diferencial no conhecimento da obra de Confúcio, Chang Yü tornou-se uma figura importante na China, chegando a assumir o cargo de primeiro-ministro em 25ª.C. Então sua versão dos Analectos ganhou notoriedade e popularidade, fazendo com que as versões anteriores fossem esquecidas.
Tempo depois, uma nova versão foi feita por Cheng Hsüan, que viveu entre 127 e 200 d.C. Cheng é tido como o mais notório comentarista das obras confucianas, pois seu textos, apesar de manterem a fidelidade ao Lu lun, fazem uso das melhores leituras do Ch’i lun. A versão de Cheng não existe mais, resta apenas uma cópia manuscrita por um garoto de doze anos que foi encontrada em 1969. Nos dias de hoje, a versão mais consultada é a de Ho Yen.
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