História da Renda
As rendas dominaram o verão de 2011 no Brasil; nas cores branca, preta ou em uma gama infinita de tonalidades, elas estão se impondo em lojas especializadas, nas ruas e nas celebrações importantes por todo o mundo. Elas realçam a feminilidade e imprimem refinamento e elegância à mulher.
Este tecido é elaborado com pequenas aberturas na superfície e desenhos decorativos produzidos manual ou tecnologicamente. Os modelos mais populares são a renda de bilros e a de agulha. A primeira é produzida por meio do manuseio de inúmeros fios, cada um atado a um bilro; ela é normalmente manipulada com o apoio de uma almofada.
A renda de agulha é tecida através de laços produzidos com o fio; uma ponta deve estar amarrada à agulha e a outra a um suporte. Os pontos alternam simplicidade e complexidade, gerando um modelo ou uma imagem anteriormente fixada. Provavelmente a renda de bilros provém da Bélgica, particularmente da região de Flandres; nos séculos XVIII e XIX os principais núcleos produtores desta renda foram Chantilly e Valencienses. Enquanto isso, a outra é originária da Itália, especialmente de Veneza, e de alguns pontos da França, como Alençon e Argentan.
Inicialmente a renda era limitada ao figurino utilizado na corte e entre os membros do clero, normalmente em tecidos de fio de prata, de ouro ou de seda. Nos séculos XVII e XVIII ela já se estendia aos detalhes de acessórios criados para enfeitar os cabelos, a babados, aventais e adornos de vestidos.
No princípio do século XIX a renda já era algo usualmente presente em vestidos, casacos, luvas, enfeites de guarda-sóis, lenços, xales, mimos, mantilhas lançadas sobre os ombros, entre outras peças do vestuário. Como hoje, em pleno século XXI, quando ela é encontrada nos pormenores do figurino feminino.
A diferença é que em nossos dias este tecido pode se impor no look como um todo, em calças, vestidos, nas sobreposições e em trajes estampados para as mais intrépidas. No Brasil ela intensifica o poder de sedução do público feminino. Aliás, em nosso país a renda desembarcou junto com a família real portuguesa, e nunca mais abandonou as terras tropicais.
As primeiras rendeiras surgiram na região nordeste do Brasil; elas elaboravam tramas confeccionadas com linho. Aos poucos este ofício, transmitido de mães para filhas, passou a ser exercitado com matérias-primas como algodão, seda, viscose, náilon e elastano.
Este procedimento transformou a renda em um material de menor custo e, por isso mesmo, menos elitista. Durante boa parte do século XX este tecido ficou restrito a pequenos detalhes das roupas íntimas e dos trajes de noiva. Hoje ela retoma seu lugar por excelência no universo da moda.
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