Franz Boas e a Antropologia Moderna
O antropólogo germano-americano Franz Boas nasceu em Minden (Alemanha) no dia nove de julho de 1858. Foi criado em uma família liberal e judia que era chefiada por seu pai, Meier Boas, um comerciante. Sua mãe era professora de ensino infantil e, junto ao seu marido, influenciou Franz Boas com ideias que norteavam as Revoluções de 1848, pela qual ambos tinham passado. Estes princípios, com os quais o antropólogo teve contato durante a infância e adolescência, formaram suas primeiras ideias sobre raça e etnias.
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Em 1887, Franz Boas naturaliza-se norteamericano e inicia sua carreira científica como geógrafo na Sociedade Berlinense para a Antropologia, Etnologia e Pré-História. Neste período, o antropólogo conhece Adolf Bastian, etnólogo alemão, e Rudolf Virchow, médico e político alemão, com os quais começa a ter contato com o campo da Antropologia.
A obra pioneira produzida por Boas após iniciar estudos em Antropologia foi “Os esquimós Centrais”, baseada em material etnográfico recolhido entre esquimós. Publicada em 1888 no Sexto Relatório Anual do Departamento Norte-Americano de Etnologia, o estudo teve uma segunda edição feita pela Editora da Universidade de Nebraska, no ano de 1964.
Franz Boas também estudou os Kwakiutl, povo que se tornou objeto sistemático de pesquisas do antropólogo. Fora os Kwakiutl, efetuou pesquisas sobre outras tribos da Colúmbia Britânica. Um ano depois, fixa residência nos Estados Unidos, onde inicia diversas atividades acadêmicas, entre elas a edição do periódico "Science".
No ano de 1899, Franz Boas cria um dos primeiros departamentos com objetivo do estudo da antropologia nos Estados Unidos. Isso ocorreu na Universidade de Colúmbia, onde o antropólogo lecionava há três anos. Deste departamento surgiram nomes importantes como o de A. L. Kroeber, antropólogo cultural.
Raça/Cultura – Raça/Linguagem
Durante o período em que boas exerceu sua profissão, o campo da antropologia era dominado pela teoria de que linguagem e raça, da mesma forma que cultura e raça, eram fenômenos independentes. Naquela época, a história da cultura era vista como um processo unilinear e universal que refletia o desenvolvimento de cada sociedade.
Neste contexto, Boas fez uma crítica à ortogênese - hipótese de que a vida tem uma propensão inata para evoluir de modo linear devido a alguma força motriz interna ou externa – que predominava entres os antropólogos da época.
De acordo com as ideias apresentadas por Franz Boas, há diversos desenvolvimentos históricos que dependem da intervenção de acontecimentos fatores culturais ou não. Em sua obra, Boas estabelece a autonomia relativa do fenômeno cultural, rejeitando o determinismo e apresentando a influência do meio ambiente e fatores biológicos como influência na composição das sociedades.
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