Pensamento Filosófico do Comunismo Cristão
Comunismo cristão é uma forma de pensamento filosófico que combina os conceitos básicos do comunismo e da religião cristã. De acordo com este raciocínio, os preceitos divulgados por Jesus Cristo de amor ao próximo e de valorização dos mais humildes vão de encontro às ideias do proletariado elaboradas por Karl Marx no fim do século XIX. Assim, Jesus Cristo, quase 2000 anos antes, teria construído junto a seus apóstolos uma sociedade igualitária, similar ao esquema empreendido pelo comunismo.
Esta fórmula conciliadora de comunismo e cristianismo é vista como um desdobramento radical do socialismo cristão, mas que possui ainda vários pontos passíveis de polêmica entre seus simpatizantes, em especial os conceitos como o materialismo, (que na verdade não faz parte da obra original de Marx, destinada a ser um estudo econômico, em primeiro lugar), isso sem mencionar as contribuições de Lênin ao marxismo, que, sendo basicamente uma teoria econômica, teve sua interpretação política suprida pela obra deste revolucionário russo, numa fórmula conhecida como marxismo-leninismo, que foi o paradigma de praticamente todos os regimes socialistas surgidos em todo o planeta no século XX.
Pelo que se sabe, a organização inicial da igreja cristã era baseada em princípios comunais, cada um trabalhando para construir algo maior, baseado nos ensinamentos de Jesus. Apóstolos reunidos com suas famílias e discípulos, vivendo em condições de igualdade, praticavam uma fé onde o indivíduo não era encorajado a obter maior poder ou riqueza ou ainda importância em relação aos outros. Esta imagem dos primeiros tempos da religião cristã é bem semelhante aos estudos de Marx sobre a evolução social e econômica do ser humano, e a sua descrição das sociedades primitivas, que de acordo com este, em um estágio bastante remoto, teriam vivido o pleno comunismo, sem desigualdades, exploração econômica de trabalho e acumulação de riquezas.
Um dos princípios fundamentais que ligam Marxismo e Cristianismo é a preocupação com o bem comum e a caridade em relação aos outros para que ninguém permaneça desamparado dentro da coletividade. É este um ponto onde se enxerga a semelhança entre as duas estruturas, pois o cristianismo dos primeiros tempos, em especial aquele se vislumbra nos Atos dos Apóstolos, na Bíblia, é visto como uma filosofia próxima do raciocínio comunista.
Os cristãos baseiam suas doações na crença religiosa do amor ao próximo, realizando assim o sacrifício de seu conforto por amor ao próximo, de acordo com o ensinamento de Jesus. Esses sacrifícios, apesar de livremente escolhidos, derivam da filosofia trazida pelo Cristo, e que todo fiel continua a seguir, bem ou mal. Em outras palavras, eles são o resultado de uma decisão de cunho pessoal, inspirada nas palavras do representante de Deus na Terra. No comunismo, ocorre algo semelhante. A estrutura política montada pela sociedade comunista convoca os cidadãos a participarem, de acordo com preceitos programados e acreditados como benéficos para o povo.
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Referência:
COLLINS, Boyd. The Spirit of Christian Communism: Rosa Luxemburg and Heaven on Earth (em inglês). Disponível em
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