Por que Sentimos Medo?

Por que Sentimos Medo?

Geralmente os medos provêm de fatores conhecidos, assim a maior parte das pessoas sabe o que temem.

O medo é uma sensação real, e pode ser um amigo ou um inimigo do homem. É normal que, diante dos perigos reais da existência, a primeira reação seja o medo, pois em seu aspecto normal, saudável, ele nos preserva dos perigos, nos alerta para as ameaças e, diante deste sentimento, pode-se agir ou fugir. Dependendo do contexto, tanto um quanto o outro pode ser positivo, tudo depende dos limites de cada ser.


Todos enfrentam medos os mais diversos em determinados momentos da vida – da morte, de doenças, da violência, de um acidente, da velhice, entre outros. Ele surge, às vezes do nada, outras vezes de uma forma crescente, na mente das pessoas, e pode tanto estimular ações construtivas quanto se tornar uma sombra ameaçadora, quando assume o aspecto do pânico, tomando conta da consciência e impedindo qualquer ação ou reação, paralisando as pessoas. Nestes casos, é necessário procurar um tratamento, para que se possa vencer este monstro devorador, antes de ser completamente dominado por ele, principalmente na esfera dos pensamentos, pois em seu grau extremo ele impede o funcionamento da Razão.

Algumas vezes, porém, eles são aparentemente irreais, ou seja, não se sabe de onde vêm e porque nasce esta sensação – é como uma premonição, quando se sabe que algo está ali ou vai acontecer, mas não se consegue definir. Ao se ter consciência do que nos assusta, esse medo desaparece, pois normalmente temos receio do desconhecido. Assim, quando a criança acredita realmente que há um monstro sob sua cama, ele sente o medo crescer dentro de si. Mas, quando se prova para ela que não há nada lá, ela se liberta desta emoção.

Para vencer os medos excessivos, é preciso recorrer aos mecanismos do nosso inconsciente, acreditar no seu poder, e se esforçar para transmutar os padrões condicionados que ali residem, para assim realizarmos nossos mais profundos anseios, entre eles, nos livrarmos do medo destrutivo, ao descobrirmos suas fontes. Este medo que foge à razão deve ser defrontado, pois ele provém da ligação que nossa mente realiza com as experiências frustrantes, quando fica claro que o inconsciente não consegue discernir ilusão de realidade, portanto não distingue o que aconteceu no passado do que ocorrerá no futuro e do que se passa no presente. Assim, se a pessoa continuar mentalizando que as vivências negativas se repetirão, elas realmente sucederão novamente.

Em nossa sociedade, submetida a uma violência crescente, a traumas sucessivos, a condições de vida estressantes, não é difícil a pessoa mergulhar em transtornos relacionados ao medo, como a síndrome do pânico, mas também é possível reagir e buscar uma melhor qualidade de vida, transformando assim este sentimento em algo que estimule uma ação construtiva, no sentido de converter o medo em algo normal e saudável, protetor e preservativo, despido deste aspecto patológico de que ele se reveste atualmente.


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