Unidade V - A Era Vitoriana

Unidade V - A Era Vitoriana


Iniciaremos esta unidade por um panorama do período vitoriano buscando demonstrar a grande diversidade que caracteriza essa época. Em seguida, destacaremos Mary Shelley e sua obra-prima, Frankenstein, um dos textos mais famosos do romance gótico inglês.

Na sequência, observaremos as características das obras de Charles Dickens e Oscar Wilde que, donos de estilos diferentes, apontam e discutem as consequências resultantes da nova configuração da sociedade inglesa da segunda metade do século XIX.

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EXERCÍCIOS:

1. Com relação ao conto O Príncipe Feliz é correto afirmar que:

A. É realizada uma crítica social na medida em que o valor atribuído à estátua do príncipe está relacionado à sua beleza exterior.
B. É apresentada uma crítica ao egoísmo da estátua do príncipe, que não permite que a andorinha voe para fugir do inverno.
C. É criticado o gosto artístico dos conselheiros da cidade, que não sabiam julgar adequadamente obras de arte.
D. É condenada a relação que se estabelece entre a estátua do príncipe e a andorinha, e por essa razão eles são destruídos.
E. É apresentado um panorama bastante realista da sociedade vitoriana, sempre preocupada com o bem estar e a aparência.

2. Leia o fragmento abaixo e assinale a alternativa que melhor o relaciona com o Romantismo.
Foi numa noite lúgubre de novembro que contemplei a realização de minha obra. Com uma ansiedade que quase chegava à agonia, recolhi os instrumentos a meu redor e preparei-me para o ponto culminante do meu experimento, que seria infundir uma centelha de vida àquela coisa inanimada que jazia diante dos meus olhos. A chuva tamborilava nas vidraças. Então, deu-se o prodígio. À luz bruxuleante da vela quase extinta, vi abrirem-se os olhos amarelos e baços da criatura. Respirou. Sim, respirou com esforço, e um movimento convulso agitou-lhe os ombros. Quem poderia descrever o quadro de minhas emoções diante de tal catástrofe? Que pintor prodigioso poderia esboçar o retrato do ser que a duras penas e com tantos cuidados eu me esforçara por produzir? Seus membros, malgrado as dimensões incomuns, eram proporcionados e eu me esmerara em dotá-lo de belas feições. Belas?! Oh, surpresa aterradora! Oh, castigo divino! Sua pele amarela mal encobria os músculos e artérias da superfície inferior. Os cabelos eram de um negro luzidio e como que empastados. Seus dentes eram de um branco imaculado. E, em contraste com esses detalhes, completavam a expressão horrenda dois olhos aquosos, parecendo diluídos nas grandes órbitas em que se engastavam, a pele apergaminhada e os lábios retos e de um roxo-enegrecido. Mais mutáveis que os acidentes da vida são os da própria natureza humana. Eu trabalhara duramente durante dois anos para infundir vida a um corpo inanimado. Para tanto sacrificara o repouso e expusera a saúde. Eis que, terminada minha escultura viva, esvaía-se a beleza que eu sonhara, e eu tinha diante dos olhos um ser que me enchia de terror e repulsa. Incapaz de suportar aquela visão apavorante, precipitei-me pela porta e corri para o meu dormitório, onde fiquei, por longo tempo, a andar de um lado para outro, incapaz de controlar-me e deitar-me para tentar o esquecimento pelo sono. Por fim, o cansaço prevaleceu sobre meu tumulto interior, e atirei-me à cama mesmo vestido. Acabei por adormecer, mas antes não o fizesse, tais os pesadelos que me assaltaram. (SHELLEY, 2004, p.59-60

A. O fragmento, escrito em primeira pessoa, revela a percepção que o protagonista tem da Criatura sendo, portanto, subjetiva.
B. O fragmento demonstra a decepção de Frankenstein por não ter conseguido criar um ser que pudesse exemplificar o Belo.
C. O fragmento apresenta uma atmosfera sombria e lúgubre, que intensifica o horror do protagonista ao se dar conta do que realizou.
D. O fragmento alude a uma crítica social, pois revela a falta de habilidade do protagonista para criar um ser perfeito.
E. O fragmento aproxima o protagonista dos poetas românticos, que eram frágeis e influenciáveis a ponto de não suportarem a imagem do horror.


3. Ao se afirmar a relação que a obra Frankenstein, de Mary Shelley, mantém com o mito de Prometeu considera-se que:

A. Assim como na mitologia, Frankenstein era continuamente perseguido pela Criatura.
B. Assim como na mitologia, Frankenstein tornou-se um semideus e, portanto, imortal.
C. Assim como na mitologia, Frankenstein desvendou os segredos divinos da imortalidade.
D. Assim como na mitologia, Frankenstein foi castigado por ter dado a vida a um ser imortal.
E. Assim como na mitologia, Frankenstein foi castigado por ter pretendido apropriar-se de uma característica divina.

4. Leia o fragmento extraído de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde e assinale a alternativa que apresenta a temática mais adequada para descrevê-lo.
Sim, meu caro Basil, esse menino é um Narciso; e você...Bem, é claro que tem uma expressão inteligente e outras coisas. Mas a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde principia a expressão inteligente. A inteligência em si é uma espécie de exagero; desmancha a harmonia de qualquer rosto. A partir do instante em que nos metemos a pensar, vamos ficando só olhos, ou só testa, ou qualquer outro horror. Olhe para os homens que vencem em qualquer dos ramos do saber. São inteiramente hediondos! Exceto na Igreja, naturalmente. É que os eclesiásticos não pensam. Aos oitenta anos, o bispo continua dizendo as mesmas coisas que dizia aos dezoito; e, como conseqüência natural, conserva uma aparência deliciosa. (WILDE, 2001, p.16)

A. As relações homossexuais.
B. A crítica à beleza sem inteligência.
C. A apologia à beleza em relação à inteligência.
D. A valorização da juventude em relação à maturidade.
E. A crítica à Igreja, cujo discurso é sempre o mesmo.

5. Com relação à produção textual de Charles Dickens podemos afirmar que:
A. Seus textos abordam muitas questões sociais de forma simples e direta, contudo, apresentam personagens estereotipados, o que prejudica a construção da verossimilhança textual.
B. Seus textos abordam muitas questões sociais de forma simples e direta, contudo, sua preocupação diz respeito à arte pela arte, ou seja, o Belo que é extraído da dor.
C. Seus textos abordam muitas questões sociais de forma simples e direta, contudo, os personagens criados não têm qualquer relação com o mundo real, sendo apenas ficção.
D. Seus textos abordam muitas questões sociais de forma simples e direta, contudo, regligenciam o caráter jornalístico que é apresentar os dois lados da notícia.
E. Seus textos abordam muitas questões sociais de forma simples e direta, contudo, algumas expressões utilizadas são de difícil compreensão, o que limita o número de leitores dessas obras.


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