Quem foi Almeida Garret

Quem foi Almeida Garret

Almeida Garrett (1799-1854) foi um poeta, prosador e dramaturgo português, teve um papel importante como introdutor das ideias do Romantismo em Portugal.

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 04 de fevereiro de 1799. Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão francesa. Passou a adolescência na ilha Terceira. Desde cedo manifestava inclinação pela literatura e pela política.

Em 1816, retorna a Portugal e ingressa no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Nesse mesmo ano escreve seus primeiros poemas com caracteres neoclássicos, reunidos mais tarde com o nome de “Lírica de João Mínimo”. Em 1821 conclui a Licenciatura. Publica o poema “Retrato de Vênus”, que lhe valeu um processo judicial por ter sido a obra considerada licenciosa. Em 1822, foi nomeado secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos negócios do Reino.

Em 1823, Almeida Garrett segue para o exílio na Inglaterra devido à sua participação na revolução liberal do Porto. Em 1824, parte para a França e influenciado por Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo. Em Paris, publica o poema “Camões” (1825), marco inicial do Romantismo português. Um ano depois escreve “D. Branca” (1826). Entre 1828 e 1831, volta para a Inglaterra, devido o restabelecimento do regime absolutista por D. Miguel. Em 1832, regressa ao Porto.

Incentivador do teatro romântico português, despertando, através dele, o sentimento de patriotismo, e o gosto pelos momentos marcantes da história nacional, a partir de 1838, desenvolve uma campanha a favor da edificação do Teatro Nacional D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Entre suas obras na dramaturgia se destacam: “Um Auto de Gil Vicente” (sua primeira peça romântica, 1842), “O Alfageme de Santarém” (1842), “Frei Luís de Souza” (uma tragédia, obra prima da dramaturgia romântica portuguesa, 1844) e “D. Filipa de Vilhena” (1846).

Na prosa, Almeida Garrett eleva esse gênero literário através da narrativa de viagens, escrevendo uma prosa de ficção, entre elas: “O Arco de Santana”, romance histórico (1845-1850), “Viagens na Minha Terra”, uma obra prima, mesclada de meditações filosóficas (1843-1845) e o romance “Helena”, obra inacabada (1854).

Almeida Garrett viveu intensa vida política, foi eleito deputado em 1845. Em 1851 foi nomeado sucessivamente para a redação das instruções ao profeto de lei eleitoral e para a comissão de reforma da Academia de Ciências. Nesse mesmo ano recebeu o Título de Visconde. Em 1852, foi eleito novamente deputado e por um curto período ocupou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O escritor cultivou também a oratória parlamentar e o jornalismo. Na oratória destacam-se: “Da Educação” (1829), “Portugal na Balança da Europa” (1830) e “Discursos Parlamentares” (1871). No jornalismo, colaborou com “O Cronista” (1826), “O Chaveco Liberal” (1827) e “O Percursor” (1831).

Almeida Garrett faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 9 de dezembro de 1854.


Obras:




O Toucador

Camões

Dona Branca

Adozinda

Lírica de João Mínimo; Da Educação (ensaio)

Portugal na Balança da Europa (ensaio)

Um Auto de Gil Vicente (representado no teatro Nacional da rua dos Condes)

O Alfageme de Santarém (1842 segundo algumas fontes; representado no teatro Nacional da rua dos Condes)

Romanceiro e Cancioneiro Geral - tomo 1; Frei Luís de Sousa (representado no teatro particular da Quinta do Pinheiro)

O Arco de Sant'Ana - tomo 1; Flores sem fruto

Viagens na minha terra; D. Filipa de Vilhena (inclui Falar Verdade a Mentir e Tio Simplício; representada no teatro da rua do Salitre, por alunos do Conservatório Dramático)

As profecias do Bandarra; Um Noivado no Dafundo; A sobrinha do Marquês

Memória Histórica de J. Xavier Mouzinho da Silveira

O Arco de Sant'Ana - tomo 2;

Romanceiro e Cancioneiro Geral - tomos 2 e 3

Folhas Caídas

Discursos Parlamentares e Memórias Biográficas (antologia póstuma)

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